Corpo

A técnica da Mesoterapia para a redução de manchas

04/05/2016

Por Roberta Passos, Clínica Sagitta

As manchas faciais correspondem a um problema frequente nos consultórios. Dentre os tipos variados encontramos o melasma, uma discromia comum adquirida caracterizada por contornos irregulares e tonalidade acastanhada. O seu surgimento pode ser associado com diferentes situações, como suscetibilidade genética, exposição à radiação ultravioleta, fatores hormonais, medicamentos fotossensibilizantes e cosméticos.

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O seu tratamento geralmente é um grande desafio, em especial por necessitar de muita disciplina do paciente principalmente em relação à proteção solar, não só durante o tratamento, mas também posteriormente, evitando a recidiva do melasma.

As alternativas mais tradicionais de tratamento correspondem aos dermocosméticos e nutricosméticos, muitas vezes associados à aplicação de ácidos em consultório. Entretanto, outra opção que cada vez mais ganha espaço nos consultórios é a mesoterapia, também conhecida como intradermoterapia.

Essa técnica define-se como um tratamento estético minimamente invasivo, caracterizado por múltiplas microinjeções de fármacos variados, próprios para essa via, diretamente no local afetado. Logo, dependendo de qual associação de fármacos estamos falando, sua aplicação pode ser direcionada para casos variados, como gordura localizada, queda de cabelo, estrias, flacidez, etc. O sucesso da técnica está intimamente ligado à escolha dos fármacos mais adequados para cada caso. O procedimento em si nada mais é do que uma forma de promover o chamado “drug delivery”, ou seja, favorecer a entrada efetiva do produto no local onde ele será mais eficaz.

Como muitas técnicas do universo da estética, seu uso inicial era direcionado para a área clínica, em especial no tratamento da dor. Apenas em 2001 foram publicados os primeiros trabalhos na área de dermatoses inestéticas, aproximadamente 40 anos depois da primeira publicação sobre mesoterapia.

No caso da mesoterapia voltada para o tratamento de machas como o melasma, um dos agentes aplicados com sucesso é o ácido tranexâmico, um composto já bastante conhecido no contexto das formulações orais e tópicas. Ele apresenta uma atividade denominada antifibrinoítica, bloqueando a conversão de uma substância chamada plasminogênio em plasmina. Essa plasmina tem a capacidade de indiretamente estimular a produção de melanina, responsável pela tonalidade da mancha, por isso ao bloquear essa produção conseguimos obter como resultado o clareamento.

Esse tratamento é realizado semanalmente. Por mais que na literatura científica sejam mencionados protocolos longos, somando um total de até 12 sessões, na prática também é possível obter bons resultados com algo em torno de 4 a 6 sessões, principalmente quando combinamos outras vias de tratamento, como por exemplo os peelings químicos.

O procedimento envolve microinjeções, realizadas por agulhas muito finas introduzidas minimamente, pois o objetivo é aplicar o produto na derme e não profundamente. Mesmo assim, para evitar qualquer desconforto, utilizamos previamente uma pomada anestésica e junto com os fármacos da mesoterapia também se associa um anestésico próprio para essa via, evitando uma possível ardência.

Realizam-se pequenas pápulas com as microinjeções dentro do limite da mancha, as quais vão normalizando o seu aspecto ainda nas primeiras horas. A vermelhidão ocasionada pela aplicação também regride rapidamente e pode ser disfarçada com maquiagem, ou seja, é um procedimento que pode ser realizado na rotina do dia tranquilamente. Os resultados variam de pessoa para pessoa, mas muitas vezes podem ser percebidos após a primeira aplicação.

Roberta é Biomédica, mestre em Medicina: Ciências Médicas, pós graduanda em Cosmetologia Estética e especialista em lipo sem cirurgia, liftinfg sem cirurgia, fotorejuvenescimento a laser, peelings químicos, intradermatoterapia, mesoterapia, hidrolipoclasia, depilação a laser, remoção de tatuagem a laser, preenchimento facial e corporal e botox.